A família está a serviço da vida em todas as suas fases
02.07.2018

Cada um de nós quer o melhor para si e para os seus. É inerente ao ser humano, nascido do coração do Deus Trindade, a busca incessante da felicidade. Ser bem acolhido, ser compreendido e ser amado é condição indispensável para a realização de um ser humano desde a sua concepção até a sua morte natural.
A família é o lugar fundamental, onde não apenas se transmite a vida, mas todo o processo educativo para que uma pessoa tenha uma existência digna de ser vivida na sua individualidade e no relacionamento interpessoal. É o lugar primário de educação, no qual se ensina o conjunto de valores e critérios de orientação de conduta em vista de uma participação positiva na realidade social.
A experiência da acolhida e do amor gratuito se faz inicialmente no ventre materno, santuário da vida. O direito à vida é inviolável, pois o ser humano é um dom de Deus, criado por amor e para o amor. Tal fato explica a sede insaciável que temos de amar e ser amados. É na educação equilibrada que a criança, o adolescente e o jovem aprendem a conviver com as diferenças de natureza sexual, de idade, de tem¬peramento e desenvolvem os necessários valores de colaboração, serviço recíproco e tolerância, indispensáveis para seu desenvolvimento humano e espiritual.
É na vida matrimonial que homem e mulher são chamados a complementarem-se mutuamente no desenvolvimento de suas personalidades nos campos afetivo, psicológico e espiritual. No início da vida a dois a solidão e a incerteza do futuro desaparecem porque um escolhe o outro, o que gera amor e segurança. Cada cônjuge doa sua vida e compromete-se em auxiliar o outro na sua realização plena. O amor recíproco é o fundamento imprescindível do casal e da família.
Há alguns anos recebi uma carta de uma pessoa idosa e doente pedindo orações. Considerava-se um estorvo em sua família, pois percebia não mais ser amada. Muitas vezes algumas famílias esquecem o direito dos idosos e doentes a uma vida digna. É o tempo de dar a eles o devido reconhecimento, pois a idade lhes conferiu dignidade e direitos que exigem o respeito da família e da comunidade. Vida em família impõe o acolhimento e o amor não só nos momentos fáceis e felizes, mas igualmente nos momentos difíceis, já que solidariamente carregamos as dores e limitações de todos.
O evangelho mostra o carinho que estas pessoas merecem. São palavras de Jesus: “Todas as vezes que fizestes isso a um dos menores desses meus irmãos, foi a mim que o fizestes” (Mt 25, 40). É um caminho de integração e educação onde os mais novos e sadios fazem a experiência dos limites da natureza humana. O acolhimento sadio e carinhoso restabelece o equilíbrio e estabiliza a família. É a sabedoria do evangelho para quem convive com uma pessoa idosa ou doente.
A família é sempre uma prioridade. Há um carinho todo especial da Igreja com a família, pois ela é central quer na obra da criação, feita à "imagem e semelhança de Deus", quer na obra da redenção a partir do modelo da Sagradda Família de Nazaré. Justifica-se assim a família como ponto fundamental de passagem de toda a obra evangelizadora enquanto comunhão íntima de vida e de amor, fundada sobre o matrimônio entre um homem e uma mulher.
A família é o lugar primário da humanização da pessoa e da sociedade, é o berço da vida e do amor. A sociedade humana e suas instituições têm por dever natural proteger e defender a família em seus direitos e deveres fundamentais para a vida. Ajudar a família a atingir seus objetivos é responsabilidade não só das políticas públicas, mas de todos os organismos de boa vontade, inclusive e principalmente dos eclesiais.
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