A Revista Diocese Informa entrevistou Silvelene de Oliveira sobre o ano Laicato
04.10.2017
Silvelene de Oliveira, popularmente chamada de Leninha, é membro da articulação da comissão para o Laicato da Diocese de Joinville e do Regional Sul IV e realiza um importante trabalho em prol da Igreja. Os leigos têm papel fundamental nos serviços pastorais e a coordenação dos leigos é responsável por pensar na criação de um Conselho, visto que 2018 será o Ano do Laicato.
Revista Diocese Informa: Como é organizada a coordenação dos leigos na Diocese de Joinville?
Silvelene de Oliveira: A comissão para criação do Conselho de Leigos na diocese está sendo realizada através de uma comissão de articulação, constituída em 10 de junho de 2017, em um encontro realizado no auditório da Catedral de Joinville e que vem se encontrando periodicamente.
RDI: Como você vê o papel do leigo na Igreja?
SO: O Concílio Vaticano II resgatou o papel fundamental do leigo como membro do Povo de Deus e protagonista da Evangelização e da promoção humana, na condição de “participante do múnus sacerdotal, profético e régio de Cristo”. Como afirmaram os bispos em Puebla: “São homens e mulheres da Igreja no coração do mundo e homens e mulheres do mundo no coração da Igreja” (DP 786). O papel do Leigo na Igreja é de tornar-se protagonista do processo de evangelização, numa dimensão missionária, sendo “sujeito” do processo, trabalhos e tomadas de decisões em dimensões específicas do Leigo e Leiga. Devido às suas condições de vida, os cristãos leigos representam uma vocação especial para exercerem, como fermento, o seu apostolado de fé, esperança e caridade no meio do mundo. Dessa forma, sua atuação contribuirá para que o espírito do Evangelho faça parte de todas as dimensões da vida. A consciência cristã do leigo o levará a apoiar e criar causas justas em benefício do bem comum, sejam estas de ação social, caritativa, cultural ou de promoção humana.
RDI: Qual é a importância do documento 105 da CNBB?
SO: O documento 105 da CNBB vem resgatar e reconhecer a importância dos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade dando a eles o direito de assumir seu papel como cristãos batizados e comprometidos com as Causas do Reino dentro e fora da Igreja. O documento tem como perspectiva a afirmação dos cristãos leigos e leigas como verdadeiros sujeitos eclesiais. Esta expressão, “sujeitos eclesiais”, é recorrente em todo o texto e se fundamenta nos ensinamentos do Concílio Vaticano II e do Magistério subsequente. Pretende-se animar a todos os cristãos leigos e leigas a compreenderem a sua própria vocação e missão e atuarem como verdadeiros sujeitos eclesiais nas diversas realidades em que se encontram inseridos, reconhecendo o valor de seus trabalhos na Igreja e no mundo. Como sujeitos eclesiais não são uma realidade pronta, mas um dom que se faz compromisso permanente para toda a Igreja, em sua missão evangelizadora, sempre em comunhão com os demais membros. É de suma importância que todos os leigos e leigas façam o estudo e aprofundamento do Documento 105. Não basta apenas uma apresentação de maneira geral. É preciso esmiuçar cada tema apontado no documento.
RDI: O que esperar do ano do Laicato?
SO: O objetivo do Ano do Laicato é este: Como Igreja, Povo de Deus, celebrar a presença e a organização dos cristãos leigos e leigas no Brasil; aprofundar a sua identidade, vocação, espiritualidade e missão; e testemunhar Jesus Cristo e seu Reino na sociedade. O sentido do Ano do Laicato deve despertar discípulos missionários para evangelizar os ambientes onde as pessoas vivem, trabalham, estudam, convivem e se desenvolvem. Espero que o Ano do Laicato seja um ano de redescobrir a beleza e o encanto de ser Igreja da Base que tem a ousadia de ser profeta nesse tempo tão necessitado de voz forte e corajosa para proclamar que os cristãos unidos e comprometidos transformam a sociedade.
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