Como foi o primeiro dia da 45ª Assembleia Diocesana de Pastoral
Evento, que se encerra neste sábado, teve a palestra do padre Adalberto Donadelli Junior sobre “Espiritualidade do Agente de Pastoral - Unidade, Pastoreio e Comprometimento”
18.09.2021 - 00:41:40
O primeiro dia da 45ª Assembleia Diocesana de Pastoral, na noite desta sexta-feira (17/9), foi marcado por momentos de espiritualidade, com músicas e orações conduzidas pelos seminaristas de Filosofia; pelas mensagens do bispo Dom Francisco Carlos Bach e do coordenador diocesano de pastoral, padre Gélio do Nascimento; e pela palestra do padre Adalberto Donadelli Junior, sobre “Espiritualidade do Agente de Pastoral - Unidade, Pastoreio e Comprometimento”. Os participantes também foram informados sobre a programação que está sendo construída para comemorar o centenário da Diocese de Joinville em 2027.
A assembléia, realizada pela primeira vez de forma virtual, encerra-se neste sábado com diversos temas na agenda, entre os quais, o Plano Diocesano de Pastoral, Animação Bíblica, Sínodo dos Bispos e assuntos paroquiais. O evento reúne padres, diáconos, seminaristas, religiosos, coordenadores diocesanos de pastorais e movimentos, coordenadores do Conselho Missionário de Pastoral Paroquial e do Conselho Missionário de Pastoral Comunitária, tesoureiros e demais convidados.
Na acolhida aos participantes, padre Gélio lembrou que a assembleia é para celebrar a unidade, avaliar as ações e planejar o próximo ano. “Mesmo na pandemia, com grandes desafios e sofrimentos, mas com alegria e inovação, a Diocese de Joinville não parou em sua evangelização”, afirmou, acrescentando que a espiritualidade deve ser experienciada com Deus e vivida no nosso cotidiano.
Dom Francisco Carlos Bach disse que, embora a pandemia tenha obrigado a diocese a realizar a assembléia de 2021 de forma virtual, “tal distanciamento social não nos impede de aprofundar nossos laços de unidade, de fortalecer nossa missão de pastoreio e revigorar nosso comprometimento diocesano. Cada um de nós, no serviço eclesial próprio, está intimamente comprometido com o processo de evangelização. E neste momento da história, cada um de nós é insubstituível”.
Espiritualidade do agente de pastoral
Padre Adalberto Donadelli Junior permeou sua palestra em torno das três palavras-chaves que norteiam a ação pastoral da Diocese de Joinville: unidade, pastoreio e comprometimento.
“Todos somos agentes de pastoral e devemos buscar a unidade no pastoreio das ovelhas que nos são confiadas, assumindo o Evangelho como compromisso. Devemos viver e dar testemunho do Evangelho para o mundo. A espiritualidade para nós, cristãos católicos, é a vida no Espírito de Deus, é um intenso convívio com o espírito de Deus”.(Padre Adalberto Donadelli Junior)
A espiritualidade é um caminho ligado à vida concreta, pois onde não há vida doada não há verdadeiro discipulado. “O agente de pastoral é chamado a viver a espiritualidade cristã, a deixar-se conduzir pelo mesmo espírito que animou Jesus e O levou a inserir-se na trama humana e a assumir o risco da história”, afirmou padre Adalberto.
Para ele, o agente de pastoral tem de ser, antes de tudo, um discípulo, um seguidor de Cristo, uma testemunha fiel. Enfatiza que o seguidor fiel de Cristo precisa dar testemunho. “De nada adianta se não condiz com o que ensinamos, pregamos e ensinamos. Se não somos, como vamos poder testemunhar?” E o protagonista da evangelização é o Espírito Santo.
“A qualidade e a eficácia da ação pastoral missionária dependerão, em grande medida, da qualidade humana e cristã do agente, isto é, de sua busca zelosa pela santidade, que caracterizará sua espiritualidade. É testemunhar ao mundo nossa santidade dentro da missão como catequista, ministro, sacerdote, seminarista, membros de pastoral. A santidade está relacionada com a vida no espírito, que nos faz seres humanos melhores. O santo é um ser humano melhor, que já venceu muitos limites, dificuldades, pecados, vícios, apegos”.(Padre Adalberto Donadelli Junior)
Sem uma vida de orações, nossa espiritualidade é superficial e não se sustentará, afirma padre Adalberto. É preciso estar enraizados em Cristo, edificados sobre Ele e apoiados na fé, conforme são Paulo escreve aos Colossenses. “A espiritualidade como expressão de um encontro pessoal com Cristo, que nos faz conhecê-Lo. Precisamos conhecer Jesus, reconhecê-lo como o rosto humano do Mistério Divino”. E testemunhar.
Como fala o Papa Francisco, “se encontramos Cristo em nossas vidas, então não podemos simplesmente guardá-Lo somente para nós. É crucial que compartilhemos essa experiência também com os outros, este é o caminho principal da evangelização”.
Portanto, ensina padre Adalberto, “o ser humano deve estar sempre à procura de Jesus, pois Ele tem sempre algo a nos ensinar. Jesus é o lugar da experiência. É o contrário da treva e da morte, é luz e vida. Se não ficarmos com Ele, tudo que fizermos não fará sentido”.
O que nos faz discípulos? Padre Adalberto responde: 1) o encontro vivo com Jesus, ficar com Ele, escolhê-Lo; 2) identificar-se com Jesus, ser fascinado por Ele; 3) renunciar a si mesmo (“o ego é inimigo mortal da nossa alma”); 4) assumir um estilo de vida semelhante ao de Jesus. “Este missionário, este evangelizador é um cristão chamado a trabalhar pela unidade da Igreja. E não há unidade sem Jesus na base”.
Como construir esta unidade? “O Papa Francisco lembra que a base desta unidade consiste em: humildade (ser simples, admitir que tem limites); doçura (ter mansidão, saber tratar as pessoas com respeito); e magnanimidade (ter generosidade). Cristo nos ensinou esta humildade, fez-se frágil até a cruz e ficou forte. E assim devemos fazer nós. O orgulho e a autossuficiência não servem”.
“Nosso princípio de humildade é o Espírito Santo. O Espírito abre, relança, impele para além do que já foi dito e feito. Ele impele para mais além dos recintos de uma fé tímida e cautelosa. O segredo da unidade é o dom, Deus é dom. Amando humildemente, servindo gratuitamente e com alegria, oferecemos ao mundo a verdadeira imagem de Deus. Há três inimigos do dom: narcisismo, vitimismo e pessimismo. O deus-espelho, o deus-lamentação e o deus-negatividade. Precisamos do Espírito Santo para nos curar dessas doenças”(Padre Adalberto Donadelli Junior)
Para o padre Adalberto, é preciso pastorear sem fazer distinções. “O pastoreio é fundamental na vida da Igreja. Sem ele, a evangelização não acontece. Mas o pastor não pode fazer seleção de pessoas. O amor de Cristo não é seletivo, abraça a todos. No pastoreio as portas devem estar sempre abertas para que as ovelhas possam entrar e ser cuidadas”.
Um pastor que semeia evita controlar tudo. Deve semear, anunciar, cultivar, cuidar e não esperar êxitos, mas ser simplesmente fiel. “Os pastores controladores não deixam a semente crescer. O pastor que semeia dá oportunidade às iniciativas, deixa crescer seguindo etapas diferentes, pois nem todos têm o mesmo tempo de crescimento; não procura a uniformidade. A missão do pastor é ser vida e comunicar a vida divina, eterna para as ovelhas”.
“Ninguém adere a Cristo com grosserias, mas com amor. Este deve ser sempre o interesse do nosso pastoreio: amar. As pessoas passarão a crer se encontrarem em nós este amor e este serviço. A Igreja e o cristão são continuamente enviados ao mundo para que o mundo creia, objetivo primeiro do nosso pastoreio. Esta fé nasce precisamente de uma práxis do amor. Seja exemplo para os fiéis na palavra, no procedimento, no amor, na fé e na pureza. Mudem de atitude, pesquem de maneira diferente, busquem outros lugares, saiam da rotina, sejam criativos. Este é o sentido da obediência, que é fundamental no pastoreio”.(Padre Adalberto Donadelli Junior)
O pastor, segundo padre Adalberto, é aquele que presta atenção no rosto do outro que interpela. Que escuta o outro e se torna um espaço que gera lugares de encontro “(temos de ser uma Pastoral da Escuta”). Que sente compaixão (“sentir é a capacidade de apreender a experiência de vida do outro. Deixar-se tocar, contagiar-se”. Que tem compromisso (“o nosso primeiro compromisso é com a vida, com o outro, com as pessoas. A Palavra de Deus sempre nos traz a memória do compromisso”).
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Fonte Albertina Camilo / Assessoria de Comunicação