Encontro Nacional da Pastoral dos Surdos e Interpretes Católicos aborda novo método de evangelização
19.01.2018
O 18º Encontro Nacional da Pastoral dos Surdos e o 8º Encontro dos Intérpretes Católicos teve início na terça-feira, dia 16, e encerra no sábado, dia 20. De acordo com Maria Terezinha, coordenadora Diocesana da Pastoral dos Surdos de Joinville, com mais de 120 participantes, o evento acontece de dois em dois anos como forma de incentivar a caminhada das Pastorais, com palestras, reuniões de grupo, atividades, leitura da Palavra e demais atividades que complementam essa ação de evangelização.
A maioria dos participantes do 18º ENAPAS e 8º ENCICAT são pessoas com deficiência auditiva. Segundo Maria, 18 Regionais de todo o Brasil estão participando do evento, na Casa de Formação Monsenhor Sebastião Scarzello, espeço cedido pela Comunidade Shaloon, do Bairro Vila Nova.
Marcelo Santana é intérprete na cidade onde mora, Belo Horizonte/MG. E em sua comunidade desenvolve a missão de evangelizar surdos e de incluí-los na Igreja Católica. “O nosso trabalho é de fazer com que Cristo chegue a essa parcela, junto com ele para que eles chamem, cada vez mais, outras pessoas para compor esse trabalho de união entre surdos e ouvintes”, conta o missionário. O objetivo da Pastoral dos Surdos e dos interpretes, hoje, é transformar o surdo (deficiente auditivo) para ser o protagonista de sua própria história dentro da caminhada na Igreja. “Hoje a gente tá ganhando uma nova identidade, onde o surdo, através da nossa voz, caminha junto aos interpretes do Brasil”, explica. Marcelo também entende que a Igreja Católica demorou a dar autonomia a essas minorias, mas que aos poucos, o caminho foi aberto e está ganhando força a cada dia que passa.
Ele já atua há 12 anos na Pastoral dos Surdos, quatro deles como coordenador Nacional dos Interpretes. Iniciou a caminhada como catequista de crisma e, aos poucos, aprendeu a língua de sinais para sentir-se inserido nesta comunidade e assim, participar ativamente da evangelização dos surdos.
No início de sua caminhada na Pastoral, Ana já conhecia o Pe. Vicente, primeiro padre surdo do Brasil, e conta que ficava maravilhada com o trabalho que ele desenvolvia e que entendia cada vez mais a importância disso em sua vida. “É muito importante a evangelização dos surdos, porque muitos de nós sofremos, muitas cidades não tem essa acessibilidade, falta de tradutor, da compreensão da palavra de Deus”, completa.
Ana Paula Lara mora em Alegrete/PA, é deficiente auditiva e participa do Encontro desde 1990, quando tinha 16 anos. Integrante e Coordenadora da Pastoral dos Surdos e de incentivo à comunidade surda, Ana já viajou mais de 65 pastorais em todo o País, palestrando sobre o assunto, motivando e orientando os agentes que trabalham nessa mesma causa em suas Paróquias. “Me sinto muito bem, parece que Deus me usa para fazer esse trabalho”, desabafa.
O Bispo Dom Celso Antônio Marchiori, da Diocese de Apucarana/PR, entrou para a Pastoral dos Surdos em 2011 e ressalta a importância do movimento para a Igreja Católica. “A Igreja tem que estar atenta para acolher e atender todas as pessoas de diversas condições e a Pastoral dos Surdos serve para atender esses irmãos que estão por aí escondidos, esquecidos e que muitas vezes são marginalizados pela sociedade”, conta. Ao final, Dom Celso faz um apelo aos Diocesanos de todo o mundo, para que persistam na missão e trabalhem para que todas as minorias se sintam inseridas na Igreja, nos movimentos e na sociedade.
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