Lições de Dom Dimas no primeiro dia do 7º Muticom Diocesano
11.06.2021 - 14:53:51
(Na foto acima, jornalistas Eduardo e Tatiana, apresentadores da live; Dom Dimas e Dom Francisco Carlos)
As redes sociais podem ser ótimas parceiras, é preciso atualizar a linguagem com os jovens e divulgar as ações da Igreja indo além dos eventos paroquiais. Estes foram alguns dos muitos aprendizados proporcionados por Dom Dimas Lara Barbosa, arcebispo metropolitano da Arquidiocese de Campo Grande, no primeiro dia do 7º Mutirão Diocesano de Comunicação, na quinta-feira (10) à noite.
O evento teve também a participação do bispo da Diocese de Joinville, Dom Francisco Carlos Bach, e o lançamento da Escola Diocesana de Comunicação na modalidade a distância (EaD). Nesta sexta (11), último dia do Muticom Diocesano 2021, Dom Francisco falará sobre a carta do Papa aos comunicadores e será lançado o Manual da Comunicação da Diocese de Joinville.
O mutirão é virtual e gratuito, com transmissão ao vivo pelo Facebook e YouTube da diocese. Ele é direcionado aos comunicadores eclesiais (pasconeiros) e a outras pessoas que tenham interesse em saber mais sobre esta área.
Diálogo, encontro e intercâmbio
Aos profissionais e leigos interessados, Dom Dimas lembrou que a Igreja tem uma série de documentos sobre comunicação. O próprio Dia Mundial das Comunicações Sociais (DMCS) foi criado em 1965, no Concílio Vaticano II.Na busca diária pelo bem informar, o comunicador também pode beber na fonte das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE). São elas que enfatizam, por exemplo, que as redes sociais são uma extraordinária oportunidade de diálogo, encontro e intercâmbio entre as pessoas. “A web e as redes sociais criaram uma nova maneira de se comunicar e devem ser um ponto de partida para falar sobre Jesus Cristo”, reforçou Dom Dimas.
As Diretrizes também apontam que investir na presença nos meios de comunicação social, especialmente nas redes sociais, deve ser um constante desafio aceito pelas comunidades e vivenciado de modo testemunhal e missionário. Mas atenção: “As redes sociais devem apresentar a vida e os sentimentos de pessoas e comunidades cristãs que, diante das intolerâncias e da ausência de fraternidade, sejam uma luz para todos que as acessem”.
Mídia de inspiração católica
No ato e na forma de comunicar, as palavras dão o tom. Por isso, a explicação de Dom Dimas a respeito de duas delas ganha ainda mais importância. Segundo ele, “mídia católica” não é uma expressão adequada, “porque as mídias não são, em si, católicas, mas católica é a presença pastoral nas mídias”. O termo correto, destaca o arcebispo, é “mídia de inspiração católica”.
Eixo da espiritualidade
Para o bem comunicar, não basta, porém, saber as técnicas e ter domínio dos meios. Para o arcebispo, é o eixo da espiritualidade que constitui o alicerce da formação, da articulação e da produção, pilares elementares da Pastoral da Comunicação no Brasil.
“A mística do comunicador está relacionada com seu processo criativo, busca por informações, de interpretar os fatos, de inovar a linguagem, de buscar outros estilos para o comunicar. Mas sem a prática e a vivência da espiritualidade, o comunicador esvazia-se, fragiliza-se como sujeito e torna-se vulnerável às dificuldades que se apresentam ao longo do caminho”.Desta forma, inspiradas pela Palavra de Deus e pela Doutrina Social da Igreja, “as mídias tornam-se também instrumentos privilegiados de resgate da ética na vida pública, da educação para a cidadania e da construção da Casa Comum (cf. Deus Caritas est. 28)”.
Para que o círculo da comunicação não se quebre, segundo Dom Dimas, é preciso eliminar qualquer discurso de negação da política e a instrumentalização partidária das mídias de inspiração católica. “Atenção especial merece o período eleitoral, que exige acurado cuidado para que não ocorra a vinculação da Igreja a um partido ou a um candidato. Posturas assim desqualificam o papel profético que é tão caro às mídias de inspiração católica”
A serviço da verdade e do bem
Na visão de Dom Dimas, as mídias de inspiração católica devem fortalecer a cidadania, formar os jovens, ser missionárias e familiarizar as pessoas com a Palavra de Deus. “Devem estar atentas ao serviço da verdade e do bem, colaborar para a construção da cidadania e dar visibilidade às obras sociais e caritativas da Igreja”, afirma.
É preciso também atualizar a linguagem ao novo estilo de comunicação muito presente no meio juvenil, “considerando e privilegiando a dimensão do relacionamento saudável, do respeito pela diversidade e da necessária formação cristã”.
O arcebispo acrescenta: “As mídias de inspiração católica são, por índole, missionárias. Devem dar ênfase aos organismos missionários, com especial atenção à Campanha Missionária”. E para conseguir familiarizar as pessoas com a Palavra de Deus, é essencial a formação integral dos comunicadores que trabalham com assuntos bíblicos-catequéticos, “além de palestrantes com bom nível de competência para contribuir com a formação”.
O que comunicar
Dom Dimas defende que as mídias de inspiração católica devem apresentar conteúdos para despertar uma nova mentalidade de participação e compromisso sócio-transformador. Para isso, devem conhecer e manter-se constantemente atualizadas em questões relacionadas ao ecumenismo e ao diálogo inter-religioso, tendo especial cuidado com a linguagem.“Os meios de comunicação são instrumentos privilegiados para dar a conhecer o rosto de Cristo e fazer conhecer a vida da Igreja. A presença dos ministros ordenados e dos consagrados é de fundamental importância à identidade de tais meios. É expressão de corresponsabilidade eclesial a escolha de pessoas competentes e preparadas, capazes de contribuir efetivamente na formação do povo de Deus. Que a elas sejam oferecidas adequadas formação e qualificação”, enfatiza.
Para ir além dos eventos paroquiais, é necessário dar visibilidade às muitas ações sócio-caritativas da Igreja e a campanhas como as da Fraternidade, da Evangelização e Missionária, além de iniciativas como a Semana Nacional da Família, Semana da Vida e o Dia do Nascituro.
Ao lembrar a mensagem do Papa para o 55º DMCS, que conclamou os comunicadores a saírem às ruas e sujarem as solas dos sapatos para mostrar a realidade, Dom Dimas destaca: “A palavra só é eficaz se te envolve numa experiência, num diálogo. Por esta razão, o vem e verás era e continua a ser essencial”.
As redes sociais podem ser ótimas parceiras, é preciso atualizar a linguagem com os jovens e divulgar as ações da Igreja indo além dos eventos paroquiais. Estes foram alguns dos muitos aprendizados proporcionados por Dom Dimas Lara Barbosa, arcebispo metropolitano da Arquidiocese de Campo Grande, no primeiro dia do 7º Mutirão Diocesano de Comunicação, na quinta-feira (10) à noite.
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Fonte Albertina Camilo / Assessoria de Comunicação