Mais um Natal do Senhor em nossa vida
19.12.2018

Artigo por Dom Francisco Carlos Bach – Bispo de Joinville
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A uma só voz, com alegria, entoamos: “Glória a Deus no mais alto dos céus, e na terra, paz aos que são do seu agrado" (Lc 2,14). O amor de Deus se concretiza de forma inequívoca no Natal de Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador. Ele vem até nós, compartilha a nossa condição humana, responde aos nossos questionamentos, comunica-nos sua vida divina. A encarnação do Verbo de Deus, juntamente com sua morte e ressurreição, é o núcleo da fé cristã. Jesus Cristo está ao nosso lado, acompanha-nos na peregrinação terrena e ajuda-nos a alcançar a meta definitiva.
O Natal é uma festa tipicamente cristã, embora não tenha sido assim na sua origem. Ela remonta a tradições pagãs que, por sua vez, baseavam-se na observação astronômica. No dia 25 de dezembro, o Império Romano celebrava a festa do "Nascimento do Sol Invicto", logo após o solstício de inverno. O solstício é o momento no qual um dos polos da Terra está no ponto de sua órbita mais afastado do Sol que, no hemisfério Norte, ocorre em 21 ou 22 de dezembro, quando se inicia o inverno. No século IV, o Papa São Júlio I, cristianizou tal festa, instituindo-a como o dia da celebração do Natal de Jesus, o verdadeiro Sol que nos veio visitar (cf. Lc 1,78).
A tradição natalina sempre esteve ligada à luz, pois o próprio Senhor se definiu: "Eu sou a luz do mundo" (Jo 8,12). É a época da abundância de luzes por toda a parte. Essa luz, para o cristão, deve irradiar-se, sobretudo, em sua vida. O tempo do Advento, que antecede o Natal, prepara-nos para recebê-lo condignamente, eliminando os caminhos tortuosos dos nossos pecados. O evangelista Lucas lembra-nos as palavras do profeta Isaias 40,3-5: “Preparai o caminho do Senhor, endireitai as veredas para ele. Todo vale será aterrado; toda montanha e colina serão rebaixadas; as passagens tortuosas serão endireitadas, e os caminhos esburacados, aplanados. E todos verão a salvação que vem de Deus” (Lc 3,4-6).
Após o período do Advento segue-se a alegria do anúncio, proclamado pelo anjo e acompanhado pelo louvor de uma multidão do exército celeste. Juntamente com os coros angélicos, o mundo cristão canta e se alegra. Põem-se enfeites por toda a parte, dos quais o presépio deve ser o centro. Entretanto, os mais enfeitados devemos ser nós mesmos, não apenas externamente, mas principalmente com a dignidade e a pureza de uma personalidade desejosa de acolher Cristo como ele merece. São Paulo nos ensina a "revestir-nos do Senhor Jesus Cristo" (Rm 13,14), ou seja, trazer em nós, e mostrar ao mundo, os grandes valores que Cristo trouxe para a humanidade.
O Natal é a época dos presentes. É um belo gesto para recordar o maior presente na história e para a história do mundo e das civilizações: a vinda do próprio Filho de Deus. Aproveitemos para aprofundar os motivos da encarnação de Jesus que veio para responder de modo pleno aos anseios da humanidade. De fato, tudo encontramos na obra e mensagem de Jesus de Nazaré.
Jesus nos trouxe a fraternidade. Ela deve predominar no Natal e impregnar a sociedade, abolindo distinções de raça, cor, cultura, posição social, num esforço sincero e contínuo de superação das desigualdades. Jesus nos trouxe o perdão, dom de Deus. Através de sua entrega à vontade do Pai, Jesus distribui benevolamente esse perdão para os povos e gerações, preenchendo os vazios da história com valores absolutamente novos. Jesus nos trouxe o Reino de Deus que se constrói gradativamente a partir de cada passo dado, até chegarmos ao ideal dos valores evangélicos da verdade, justiça e paz.
Votos de um santo Natal e abençoado Ano Novo.
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