Nossa vida no Cristo ressuscitado
02.04.2019
O combustível que move a vida do cristão é a fé na ressurreição. Nosso dia-a-dia, com todas as situações que nele ocorrem, das adversidades às alegrias, encontra seu fundamento no maior acontecimento da história: a ressurreição de Jesus Cristo. O correto entendimento da afirmação anterior, no seu amplo contexto, ajuda a entender que cada segundo da nossa existência é precioso aos olhos de Deus, pois somos seus filhos e filhas que vivem à luz da ressurreição de Jesus. Nossos afetos, pensamentos, tristezas, alegrias, bens, trabalhos, estudos, lazer e tempo só têm seu sentido e valor porque Jesus ressuscitou.
É a intenção fundamental que colocamos no ato de viver que torna nossa vida gratificante ou estéril, produtiva ou fugaz. Perder o sentido da vida pode ser comparado a um navio à deriva em alto mar. Não há mais rumo, não há mais porto a ser alcançado, não há mais por que viver. A ressurreição de Jesus garante que cada ato realizado, por amor a Deus e ao próximo, independente da avaliação humana quanto à sua pequenez ou grandiosidade, tem uma importância única e gigantesca. Simples coisas que realizamos, à luz da ressurreição do Senhor, tornam-se grandiosas: oferecer um copo de água a quem tem sede, dar atenção a um filho, preparar uma refeição, escutar uma pessoa, fazer companhia a quem está só, visitar um doente. Imaginemos como é agradável aos olhos do Senhor quando disponibilizamos nosso tempo a serviço do próximo, por exemplo, na família, na educação, na solidariedade, na partilha, na implantação da justiça e fraternidade.
Todo serviço eclesial, todo ato voluntário realizado pelo cristão na Igreja leva em conta a dimensão transcendente do homem e da mulher, que é viver para sempre em Deus. A vivência definitiva no Reino de Deus se constrói no hoje da história. A vida, para o cristão, não é passageira ilusão, mas caminho de ressurreição. Esta não se opõe à vida terrena, mas é um processo de vida que necessariamente aqui se inicia. Já aqui e agora, em Jesus Cristo, Deus nos quer como seus filhos, participantes da sua vida e da sua glória. Realizar essa vocação requer escutar e seguir a voz do seu Filho predileto (Mt 17,5) e carregar a cruz com Ele: “Se alguém me quiser seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga” (Mt 16,24).
Cada dia traz no seu bojo as cruzes do dever a ser bem cumprido, das pessoas a serem respeitadas e amadas, do perdão a ser dado, da vida a ser ofertada na construção da cultura da paz. Não há realização plena do ser humano fora do caminho da doação irrestrita da própria vida. Em cada gesto concreto de amor antecipa-se, de algum modo, a glória da ressurreição. Em razão disso afirmamos que viver com o ressuscitado supõe doar a vida, ou seja, a vida humana adquire o seu pleno sentido quando imita o senhor Jesus que “não veio para ser servido, mas para servir” (Mt 20,28).
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