Palavra do Bispo: A Bíblia tem todas as respostas
Confira o artigo do mês de setembro escrito por Dom Francisco Carlos Bach
05.09.2022 - 10:54:39
Dom Francisco Carlos Bach Bispo da Diocese de Joinville
No último domingo de setembro celebra-se festivamente o Dia da Bíblia. É o livro mais conhecido em todos os tempos em razão da grandeza do seu conteúdo. Interpretada pela autêntica tradição, na Bíblia encontra-se Deus que se revela aos homens, a todos e em todos os tempos, pois a Palavra divina não se restringe a apenas um determinado tempo, mas o ultrapassa e transcende.
O fato central desse fenômeno que supera todas as vicissitudes, perseguições e ameaças, é a manifestação de uma aliança. Esse é o fio condutor para o entendimento dos 73 livros escritos à luz da inspiração, durante mais de um milênio. A referida Aliança do Criador com a criatura assume a forma de vocação, diálogo, relação, oração e diretrizes práticas na vida cotidiana com repercussão na eternidade. A Bíblia é um conjunto de verdades, através das quais Deus propõe uma relação com o ser humano e este deve dar uma resposta. Ao mundo de situações tão controversas e difíceis encontramos, na Bíblia, o remédio para a miséria e marginalização dos oprimidos, para a solidão e a dor, para a desesperança e angústia em todas as dimensões humanas. Ali há permanentemente indicações vivas e eficazes, por exemplo, referindo-se às injustiças sociais: “Todas as vezes que fizestes isso a um destes menores, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes” (Mt 25,40).
A mensagem bíblica, entretanto, não soa de modo agradável aos ouvidos humanos. Eis alguns exemplos: A exortação "Não ajunteis tesouros aqui na terra" (Mt 6,19), soa como uma aberração. Entre os conflitos e divergências somos chamados a viver as bem-aventuranças: "Felizes os que promovem a paz" (Mt 5,9). Na procura de soluções terrenas para as doenças e sofrimentos de toda espécie, Cristo replica: “Vinde a mim, todos vós que estais cansados e carregados de fardos" (Mt 11,28). Ou ainda: "Pedi e vos será dado, procurai e encontrareis, batei e a porta vos será aberta” (Mt 7,7; Lc 11,9). O apelo à esperança, que "nem o ouvido ouviu o que Deus preparou" (1 Cor 2,9), diverge profundamente dos conceitos humanos emitidos pelas mentes em que Deus está ausente.
Por isso, a aliança reclama necessariamente uma conversão, somos convidados a uma mudança interior. Dizia-nos o Papa Paulo VI na Exortação Apostólica "Evangelii Nuntiandi" (n. 18): "Evangelizar, para a Igreja, é levar a Boa Nova a todas as parcelas da humanidade, em qualquer meio e latitude. E, pelo seu influxo, transformá-las a partir de dentro e tornar nova a própria humanidade. No entanto, não haverá humanidade nova se não houver em primeiro lugar homens novos pela novidade do Batismo e da vida segundo o Evangelho. A finalidade da evangelização, portanto, é precisamente esta mudança interior".
A celebração do Dia da Bíblia lembra-nos também a importância das Escolas Bíblicas e dos Grupos Bíblicos de Reflexão (GBR) em nossa Diocese ou de tantas pessoas que, reunidos em pequenos grupos, edificam suas vidas sobre a rocha, a saber, sobre a Palavra de Deus. Os GBRs são muito importantes para a vida da comunidade, pois neles as pessoas se reúnem, escutam a Palavra de Deus, meditam, rezam, crescem na fé e tornam-se discípulas missionárias de Jesus Cristo. Todos são levados a um compromisso sempre mais consciente com a dimensão espiritual de sua fé que se concretiza em todas as dimensões da vida humana.
Dom Francisco Carlos Bach
Bispo da Diocese de Joinville
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Fonte Dom Francisco Carlos Bach