Palavra do Bispo: O Batismo de Jesus e o nosso Batismo
03.02.2020


No segundo domingo do mês de janeiro de 2020, a liturgia da Igreja Católica celebra o Batismo de Jesus, solenidade esta que encerra o Tempo do Natal. Este episódio suscita em nós uma pergunta, até mesmo de ordem teológica: Por que Jesus quis se submeter ao ritual de purificação, realizado por São João Batista? São palavras do próprio profeta: "Eu devo ser batizado por ti e tu vens a mim!" (Mt 3,14). Evidentemente, Jesus não precisava ser batizado, pois não tinha qualquer culpa, a não ser a culpa da humanidade, que Ele assumiu. Quis, entretanto, nos deixar o exemplo do que fazer e a lição de que ninguém é puro, a não ser Ele. Mergulhando no Rio Jordão, santificou, definitivamente, todas as águas, que se tornaram matéria do sacramento do Batismo, instituído pelo próprio Jesus Cristo. Os Evangelhos sinóticos descrevem a manifestação trinitária, com o Espírito Santo em forma de pomba, e o Pai fazendo ouvir sua voz sobre o Cristo, que emerge das águas: "Eis meu Filho muito amado em quem ponho minha afeição" (cf. Mt 3,16-17).
O Batismo é a fonte de todo bem que acontece em nossa vida, após o nascimento; é a raiz dos dons sobrenaturais que recebemos e a porta dos outros sacramentos. A criancinha que se torna templo de Deus, embora ainda não possa entender a riqueza litúrgica do sacramento, irá beneficiar-se, ao longo de sua vida, de todos os dons recebidos naquele momento único.
São Paulo fala, ardorosamente, dos efeitos do sacramento: "Fomos, pois, sepultados com ele na sua morte pelo Batismo para que, como Cristo ressurgiu dos mortos pela glória do Pai, assim nós também vivamos uma vida nova. Ora, se morremos com Cristo, cremos que viveremos também com ele, pois sabemos que Cristo, tendo ressurgido dos mortos, já não morre, nem a morte terá mais domínio sobre Ele. Portanto, considerai-vos mortos ao pecado, porém vivos para Deus, em Cristo Jesus" (Rm 6,4.8-9.11).
Como é que manifestamos a vida divina? O seu sinal mais simples e visível transparece na nossa própria fisionomia: o sorriso sincero e o semblante sereno refletem a paz da alma, a retidão do pensamento e a coerência das atitudes. A vida nova é a grande maravilha que aconteceu em nosso Batismo. Além de transformados, tornamo-nos participantes de uma família nova, a família de Deus, que é Pai, Filho e Espírito Santo. Por Cristo, no Mistério da Encarnação e Redenção, recebemos o dom da filiação divina. Filhos do mesmo Pai e irmãos de Cristo, somos assumidos pela Santíssima Trindade, no amor do Espírito Santo. Consequentemente, a nossa família humana também é transformada, quando nos tornamos criaturas novas.
Feliz dia em que fomos batizados! Nossa Certidão de Batismo, muito mais do que uma lembrança, é sinal do maior dom do amor de Deus recebido. Olhemos para ela com carinho, agradecendo a Deus pelo sacramento que nos abriu a porta e liberou o acesso à participação na sua vida. O Batismo purifica o nosso ser e dá sentido ao nosso viver. Vai conduzir-nos pelos caminhos do bem ao encontro do único Bem, razão e causa do nosso viver.

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