Paróquia São Francisco de Assis promove retiro de espiritualidade com Frei Sidney Damasio

Retiro paroquial reuniu fiéis para um momento de espiritualidade

No último domingo, dia 27 de março, a Paróquia São Francisco de Assis, do bairro Adhemar Garcia, promoveu um evento de espiritualidade para os fiéis. O encontro aconteceu a partir das 8h e foi encerrado com a Santa Missa, às 18h. Teve como tema: Minha alma se glorifica no Senhor; que ouçam os humildes e se alegrem (Salmos 33, 3) e foi assessorado pelo Frei Sidney Damasio.

Frei Sidney Machado Damásio é um franciscano capuchinho natural de Joinville, mas atualmente mora em Curitiba, no estado do Paraná. Ele iniciou o encontro dizendo que entende o retiro como uma forma de aquecer o coração para a vida de fé, em suas palavras, uma parada necessária para a correria da vida.

Sorridente e com frequência se colocando como exemplo do que ensina, o Frei que tem como exemplo São Francisco de Assis, o protetor dos animais, cita em suas reflexões comportamentos curiosos de alguns animais, como a salamandra, e tem como objetivo propor, de forma prática, quais são as necessidades básicas que precisamos ter para sustentar a nossa fé.  

"Esta é uma salamandra: um réptil de sangue frio, que vive entre os rochedos e grutas. A maior parte do seu tempo ela fica no escuro, mas de tempos em tempos vai ao sol para se aquecer, pois senão poderá ficar doente e morrer”, afirmou o religioso. "Do mesmo modo somos nós, pois precisamos da luz de Cristo para iluminar nosso caminho, aquecer, recarregar as energias. Sem ela não é possível, não faz sentido, a vida comunitária", lembrou.

Ao reforçar a importância dos irmãos participarem da Missa como forma de abastecer-se, o franciscano disse que a igreja instituiu com sabedoria os sacramentos para dar suporte e guiar a fé por um caminho seguro.

Entre os sacramentos, destacou que para o perdão dos pecados o caminho é a reconciliação; para a vida coerente, a leitura da palavra de Deus por onde o Senhor se revela; e para que os irmãos sejam um, a comunhão com o corpo de Cristo.

Sobre este último sacramento e o mais importante, ele destacou a responsabilidade que os cristão precisam ter ao tomá-lo, pois o gesto de fé os convoca a estar em Deus e, portanto, unidos também a Santíssima Trindade, em um nível de intimidade que precisa ser compreendido. Por isso, tamanho é o compromisso dos que caminham para a fila da Comunhão.

Com o objetivo de destacar a experiência do encontro dos fiéis nas comunidades, o frei utilizou seu material de apoio e destacou uma emblemática passagem da história: a conversão dos eslavos, datada de aproximadamente 1000 anos atrás.

Nesse contexto, o capuchinho apontou para uma figura central, o rei de Kiev, atual capital da Ucrânia, onde ele tinha como objetivo descobrir a verdadeira religião, enviado alguns emissários a buscarem no mundo uma resposta. 

Depois de algum tempo os emissários retornaram de viagem e contaram ao rei o que eles tinham descoberto sobre a verdadeira religião. Após a narrativa da história, foi proposta uma reflexão sobre os argumentos apresentados ao rei e Frei Sidney destacou que, por mais clara que seja uma ideia, nada substitui a experiência do sagrado na casa de Deus, em especial a Santa Missa.

Sobre a vida de oração ele destacou que a fé não é um ato de pedir coisas, mas sim um gesto de gratidão. Ao lembrar o exemplo de São Francisco de Assis, o Santo dos pobres, o frei disse que um coração agradecido é mais feliz, pois acredita que tem tudo o que precisa, enquanto os que buscam as coisas materiais depositam a fé no que é passageiro.

Por fim, disse aos presentes: "vocês me ouviram o dia todo, agora é hora de praticar. Que Deus nos dê essa graça!". Em uma curta conversa com os agentes da Pascom ao final do retiro, questionado sobre qual é o sentimento pessoal após um dia de ensinamentos, ele não exitou: "é  um dia de renovação para minha vocação, pois tudo o que digo rebate em mim. Primeiro eu ouço, é um grande compromisso. É bom estar na presença de Deus", completou.