Semana Santa: celebrações e significados
26.03.2018
A Semana Santa expressa o momento mais forte da fé cristã. Iniciada com o Domingo de Ramos, o período é marcado pela instituição da eucaristia, o lava-pés, a Paixão de Cristo e a ressurreição. Os fiéis são chamados a vivenciar a experiência da conversão ao participar das celebrações que revivem o testemunho de Cristo.
Na diocese de Joinville, cada paróquia conta com horários próprios para as celebrações, com exceção à missa dos Santos Óleos. Entenda os significados de cada celebração:
Domingo de Ramos:
A Semana Santa começa no Domingo de Ramos, celebrando a entrada de Jesus em Jerusalém. Ele vem montado em um jumentinho e é aclamado pelo povo. Esse povo, há poucos dias, tinha visto Jesus ressuscitar Lázaro e estava maravilhado, pois tinha a certeza de que esse era o Messias anunciado pelos profetas.
Os ramos nos fazem lembrar que somos batizados, filhos de Deus, membros de Cristo, participantes da Igreja. Os ramos sagrados que levamos para nossas casas, após a Missa, lembram-nos de que estamos unidos a Cristo na mesma luta pela salvação do mundo.
Quarta-feira (28 de março): missa dos Santos Óleos
Uma única celebração na Diocese. Será na paróquia Puríssimo Coração de Maria em São Bento do Sul, às 19h30.
Nesta celebração, o Bispo concelebra com o clero da Diocese para consagrar e benzer os óleos usados no Batismo, no Crisma e na Unção dos Enfermos.
- Óleo dos Catecúmenos: Catecúmenos são os que se preparam para receber o Batismo, sejam adultos ou crianças. Este óleo significa a libertação do mal, a força de Deus que penetra no catecúmeno, o liberta e prepara para o nascimento pela água e pelo Espírito.
- Óleo do Crisma: Uma mistura de óleo e bálsamo, significando plenitude do Espírito Santo, revelando que o cristão deve irradiar “o bom perfume de Cristo”. É usado no sacramento da Confirmação (Crisma) quando o cristão é confirmado na graça e no dom do Espírito Santo, para viver como adulto na fé. Este óleo é usado também no sacramento do sacerdócio, para ungir os que irão trabalhar no anúncio da Palavra de Deus, conduzindo o povo e santificando-o.
- Óleo dos Enfermos: É usado no sacramento dos enfermos, conhecido erroneamente como “extrema-unção”. Este óleo significa a força do Espírito de Deus na provação da doença, no fortalecimento da pessoa para enfrentar a dor e, inclusive a morte.
Também ocorre nesta mesma celebração a renovação das promessas sacerdotais por parte dos sacerdotes diante do Bispo. Tradicionalmente é realizada na quinta-feira, mas na Diocese de Joinville esta celebração é antecipada para quarta-feira à noite por questões pastorais.
Quinta-feira Santa (29 de março): Instituição da Eucaristia e Cerimônia do Lava-pés:
Com a Missa da Ceia do Senhor, celebrada na noite de quinta-feira, a Igreja dá início ao chamado Tríduo Pascal e comemora a Última Ceia, na qual Jesus Cristo, na noite em que foi entregue, ofereceu a Deus Pai o seu Corpo e Sangue sob as espécies do pão e do vinho, e os entregou para os apóstolos para que os tomassem. Nesta missa faz-se, portanto, a memória da instituição da Eucaristia e do Sacerdócio. Durante a missa ocorre a cerimônia do Lava-pés que lembra o gesto de Jesus na Última Ceia, quando lavou os pés dos seus apóstolos.
Sexta-feira Santa (30 de março):
Na Sexta feira Santa se faz memória da Paixão e Morte de Jesus. O silêncio, o jejum e a oração devem marcar este dia. Ao contrário do que muitos pensam, a Paixão não deve ser vivida em clima de luto, mas de profundo respeito e meditação diante da morte do Jesus que, morrendo, foi vitorioso e trouxe a salvação para todos, ressurgindo para a vida eterna. É preciso manter um “silêncio interior” aliado ao jejum e à abstinência de carne. Deve ser um dia de meditação, de contemplação do amor de Deus que nos “deu o Seu Filho único para que quem n’Ele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16).
A Sexta-feira Santa é o único dia do ano em que não há a Santa Missa, mas é realizada a celebração da Paixão do Senhor, nas igrejas, geralmente às 15h e consta de três partes: Liturgia da Palavra, Adoração da Cruz e Rito da Comunhão. Também é costume em muitas paróquias após a celebração realizar a encenação teatral da Paixão de Cristo.
Sábado Santo (31 de março): Vigília Pascal
O Sábado Santo é dia de oração silenciosa e de profunda contemplação junto ao túmulo de Jesus. São horas de solidão e de saudade. É ocasião para acompanhar Nossa Senhora da Soledade e as santas mulheres junto ao túmulo de Jesus, sentindo com elas a medida do amor que Cristo suscita nos corações que o conhecem de perto.
A noite do sábado santo é especial e solene. É denominada também como Vigília Pascal. Antigamente era à meia-noite, mas foi antecipada. No entanto, ela não pode começar antes do início da noite e deve terminar antes da aurora do domingo.
É considerada a mãe de todas as santas vigílias. Pois nela a Igreja mantém-se à espera da Ressurreição do Senhor, e celebra-a com os sacramentos da Iniciação cristã.
Esta noite é "uma vigília em honra do Senhor" (Ex 12,42). Assim ouvindo a advertência de Nosso Senhor no Evangelho (Lc 12, 35), aguardamos o retorno do Senhor, tendo nas mãos lâmpadas acesas, para que ao voltar nos encontre vigilantes e nos faça sentar à sua mesa.
A liturgia da vigília Pascal compõe-se de quatro etapas:
1 – A Liturgia da Luz: nesta primeira etapa, acende-se o Círio Pascal e realiza-se a Benção do Fogo, que simbolizam Cristo morto e ressuscitado.
2 – Liturgia da Palavra: são cinco leituras de trechos do Antigo Testamento, intercalados por salmos e orações, que é quando a Igreja medita sobre os atos poderosos de Deus na história da salvação da humanidade.
3 – Liturgia Batismal: desde os primeiros séculos da Igreja, o Batismo é fortemente ligado à Páscoa. O nascimento espiritual de novos filhos de Deus através do Sacramento do Batismo. É ligado ao batismo pois é considerado o melhor momento para que os cristãos renovem seus votos batismais.
4 – Liturgia Eucarística: é a tão esperada Comunhão Pascal, na qual rendemos ação de graças a Nosso Senhor por sua Gloriosa Ressurreição, na esperança de que possamos também nós ressurgir como Ele para a vida eterna.
Domingo de Páscoa (1 de abril):
É a celebração da Ressurreição. É um dia de festa e alegria porque Cristo ressuscitou. O túmulo está vazio, a humanidade está salva, agora é hora de abraçar esta salvação testemunhando uma verdadeira vida cristã.
A Páscoa, passagem das trevas para a luz, da morte para a vida, empenha-nos decididamente na superação dos sinais de morte ainda presentes na cultura e na convivência humana. O anúncio pascal traz a certeza de que a injustiça e o egoísmo, a violência e o ódio não terão a última palavra sobre a existência.
Ressuscitou! Não está mais entre os mortos! O amor de Deus, manifestado a nós na ressurreição de seu Filho Jesus Cristo, alimenta a alegria e a esperança; ao mesmo tempo, faz-nos participar da edificação da sociedade, segundo os critérios da verdade, da justiça e da solidariedade. A Páscoa de Jesus é sinal da vitória possível sobre a morte e todos os males.
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