Setembro é o mês da Bíblia
18.09.2018

Dom Francisco Carlos Bach nos convida a refletir sobre o mês da bíblia. Ouça a mensagem de nosso bispo.
Setembro é o mês da Bíblia. Por que especificar um mês para a Palavra de Deus se ela é de valor permanente? A Igreja quer mostrar sua importância a fim de que, através da leitura constante e meditação das Sagradas Escrituras pelos fiéis, a Palavra da salvação esteja sempre presente aos nossos olhos. Mais ainda, que a meditando, possamos chegar à contemplação do amor de Deus e, por este caminho, estabelecer uma relação pessoal com o Senhor. Tal processo conduzirá cada cristão a amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Somos convidados a incluir em nosso vocabulário a expressão “Leitura Orante”. Ela é um método que nos ajuda a rezar com a Bíblia. Não é um estudo para aumentar conhecimentos ou ter experiências extraordinárias. O objetivo é escutar o que Deus tem a dizer, a fim de conhecer a sua vontade e viver segundo o evangelho de Jesus Cristo.
Escolheu-se este mês para colocar a Bíblia em relevo porque nele se comemora o dia de São Jerônimo. No século IV, quando a Igreja deixava as catacumbas e multiplicavam-se os fiéis, a pregação do Evangelho precisava ser intensificada. São Jerônimo tomou a si a obra imensa de traduzir para a linguagem popular de então, o latim, a partir dos originais escritos nas línguas hebraica, aramaica e grega, os livros bíblicos que contam o amor e a misericórdia de Deus que se comunica com a humanidade. A partir daí, a mesma Revelação pregada nos púlpitos e nas praças, traduzia-se igualmente nas esculturas e pinturas das catedrais para ensinar ao povo a Palavra e a História da Salvação.
A Bíblia e a Tradição constituem o depósito da Palavra de Deus, confiada aos Apóstolos e aos seus sucessores pelo Senhor Jesus quando lhes ordenou que o evangelho prometido antes pelos profetas, completado e promulgado por Ele, fosse por eles pregado a todos os homens, como fonte de verdade geradora de salvação. A revelação do amor de Deus aos homens se faz de muitos modos. Destaque-se, neste artigo, a das Sagradas Escrituras. De muitos modos, nos diz a epístola aos Hebreus (cf. Heb 1, 1-12), Deus manifesta-se aos homens, mas de modo pleno em Jesus Cristo, a Palavra do Pai. Através dele somos levados para a completa e total união com a divindade.
A compreensão da Bíblia, a partir de Jesus Cristo e da responsabilidade eclesial, leva-nos ao discipulado e à missionariedade. Ao Deus que se revela, deve-se a obediência da fé, nos ensina o Concílio Vaticano II na Constituição “Dei Verbum”, pela qual o homem livremente se entrega todo a Deus. Para tanto precisamos da graça de Deus, que move nossos corações à esperança e ao amor.
Só é possível uma compreensão autêntica da revelação cristã compreendendo a ação do Espírito Santo. A própria Sagrada Escritura indica-nos a presença do Espírito Santo na história da salvação e especialmente na vida de Jesus Cristo. Ele é o espírito da Verdade que ensina todas as coisas e recorda tudo o que Jesus Cristo disse e fez, sustenta e inspira a Igreja no dever de anunciar a Palavra de Deus (cf. Exortação apostólica Verbum Domini, n. 15). Oxalá o nosso amor à Palavra de Deus leve-nos a um impulso de vida espiritual que nos aproxime sempre mais do Deus que tanto nos amou que se tornou um de nós em seu Filho, Jesus Cristo.
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