"Muita gente precisa de mim"
15.10.2018

Artigo por Dom Francisco Carlos Bach – Bispo de Joinville
Você também pode ouvir a mensagem de Dom Francisco Carlos Bach: clique aqui para ouvir.
No dia 21 de outubro celebramos o Dia Mundial das Missões. E, como de costume, somos agraciados com uma mensagem do Papa Francisco para este dia. O Papa dirige-se especialmente aos jovens, mas não só a eles, mas a todos os cristãos que vivem na Igreja a aventura da sua existência como filhos de Deus. O Papa afirma que a vida de cada um é uma missão, que esta é a razão pela qual vivemos na terra. Sem dúvida, viver com alegria a própria responsabilidade neste mundo é um grande desafio. Não estamos aqui por vontade própria, não foi nossa decisão estar aqui. Tal fato leva-nos “a intuir que há uma iniciativa que nos antecede e faz existir. Cada um de nós é chamado a refletir sobre esta realidade”, afirmada pelo Papa na Exortação apostólica Alegria do Evangelho: “Eu sou uma missão nesta terra, e para isso estou neste mundo”.
O Santo Padre afirma aos jovens e a nós, a partir de sua experiência pessoal, que a Igreja anuncia o que gratuitamente recebeu, ou seja, o caminho e a verdade que conduzem ao sentido do viver nesta terra: “Jesus Cristo, morto e ressuscitado por nós, oferece-se à nossa liberdade e desafia-nos a procurar, descobrir e anunciar este sentido verdadeiro e pleno. Queridos jovens, não tenhais medo de Cristo e da sua Igreja! Neles, está o tesouro que enche a vida de alegria... A partir da cruz de Jesus, aprendemos a lógica divina da oferta de nós mesmos (cf. 1 Cor 1, 17-25) como anúncio do Evangelho para a vida do mundo (cf. Jo 3, 16)”.
Temos “a missão de levar o Evangelho a todos, contagiando o mundo com o amor, onde a alegria e o entusiasmo expressem o sentido reencontrado e a plenitude da vida. A propagação da fé por atração requer corações abertos, dilatados pelo amor. Ao amor, não se pode colocar limites: forte como a morte é o amor (cf. Ct 8, 6). E tal expansão gera o encontro, o testemunho, o anúncio; gera a partilha na caridade com todos aqueles que, longe da fé, se mostram indiferentes e, às vezes, impugnadores e contrários à mesma. Ambientes humanos, culturais e religiosos ainda alheios ao Evangelho de Jesus e à presença sacramental da Igreja constituem as periferias extremas a serem evangelizadas. Segundo o Papa, “a periferia mais desolada da humanidade carente de Cristo é a indiferença à fé ou mesmo o ódio contra a plenitude divina da vida. Toda a pobreza material e espiritual, toda a discriminação de irmãos e irmãs é sempre consequência da recusa de Deus e do seu amor”.
Em tom paternal, o Papa Francisco nos desafia e aos jovens ao afirmar que “a missão até aos últimos confins da terra requer o dom de nós próprios na vocação que nos foi dada por Aquele que nos colocou nesta terra (cf. Lc 9, 23-25). Atrevo-me a dizer que, para um jovem que quer seguir Cristo, o essencial é a busca e a adesão à sua vocação... Ninguém é tão pobre que não possa dar o que tem e, ainda antes, o que é”. E antes de concluir a mensagem, recordando a oportunidade dada aos jovens de serem discípulos missionários apaixonados por Jesus, repete a exortação que dirigiu aos jovens chilenos: “Nunca penses que não tens nada para dar, ou que não precisas de ninguém. Muita gente precisa de ti. Pensa nisso! Cada um de vós pense nisto no seu coração: muita gente precisa de mim”, (Encontro com os jovens, Santiago – Santuário de Maipú, 17/1/2018).
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