Palavra do bispo: A Virgem Santíssima no mundo católico
Artigo de Dom Francisco Carlos Bach para o mês de maio
06.05.2024 - 09:37:35
Maria, mãe de Jesus e nossa, é cultuada de modo especial na Igreja Católica. Já adianto que cultuar não é o mesmo que adorar. E a pergunta óbvia surge: “qual é o culto devido à Maria”? Preliminarmente, tenhamos em mente que Maria é a mãe da Igreja não apenas por ser mãe do Salvador e sua íntima colaboradora ao dizer sim na anunciação, mas porque é modelo perfeito de como o cristão deve viver a sua fé na Igreja de Jesus. Maria, no céu, continua a cumprir a missão que teve na terra como cooperadora no nascimento e desenvolvimento da vida divina em cada uma das pessoas remidas por Jesus Cristo.
Enganar-se-ia redondamente quem imaginasse que a figura de Maria ofusca o próprio Jesus Cristo ao receber tantas demonstrações de veneração do povo cristão. É exatamente o contrário, pois de Cristo ela foi a primeira discípula, a primeira cristã. Ela é modelo e exemplo ímpar das virtudes enunciadas no Evangelho. Maria coopera no crescimento dos membros do Corpo Místico de Cristo, pois como Mãe que é, não esquece os seus filhos que caminham como ela outrora na «peregrinação da fé» (L.G. 58). Mais, ela é Advogada, Auxiliadora, Amparo e Medianeira dos cristãos (cfr. LG 62).
O Papa Paulo VI afirmava que Maria exerce sobre os remidos a influência do exemplo. Conhecemos a máxima: “As palavras comovem, mas os exemplos arrastam”. Realmente, tal como os ensinamentos dos pais adquirem eficácia bem maior se são apoiados pelo exemplo duma vida dentro das normas da prudência humana e cristã, assim também a suavidade e o encanto das excelsas virtudes da Imaculada Mãe de Deus atraem de maneira irresistível os ânimos para a imitação do divino modelo, Jesus Cristo, de que Ela foi a mais fiel imagem.
Alguém poderia pensar que a santidade de Maria é fruto de ter sido preservada do pecado original. É pensamento inexato, pois a santidade de Maria foi também o fruto da contínua e generosa correspondência da sua livre vontade às moções interiores do Espírito Santo. É por motivo da perfeita harmonia entre a graça divina e a atividade da sua natureza humana que a Virgem rendeu suprema glória à Santíssima Trindade e se tornou honra insigne da Igreja, como afirma a liturgia da Igreja: “Tu és a glória de Jerusalém, tu és a alegria de Israel, tu és a honra do nosso povo”.
Sua humildade é exemplar: “Eis a Serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38). Desde esse momento, ela consagrou-se inteiramente ao serviço, não apenas do Pai celeste e do Verbo Encarnado, tornado seu Filho, mas também de todo o gênero humano, pois compreendeu bem que Jesus, além de salvar o seu povo da escravidão do pecado, seria o Rei de um Reino messiânico, universal e eterno (cfr. Mc 1,21; Lc 1,33). Sua vida foi perfeita comunhão com o Filho, partilhando alegrias, dores e triunfos. E mesmo depois de Jesus subir ao céu, ficou unida a ele por um ardentíssimo amor, enquanto cumpria com fidelidade a nova missão de Mãe espiritual do discípulo predileto e da Igreja nascente.
Por estes aspectos e outros, é justo nosso culto de louvor e de gratidão à Maria. Cada um de nós pode repetir a invocação de S. Anselmo: “Ó gloriosa Senhora, faz com que por ti mereçamos chegar até Jesus, teu Filho, que por teu intermédio se dignou descer até nós”. Imitar a Virgem Maria, longe de nos afastar do fiel seguimento de Cristo, nos aproxima.
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Fonte Dom Francisco Carlos Bach