Palavra do Bispo: E Deus se fez Menino
Artigo de Dom Francisco Carlos Bach para o mês de dezembro de 2020
07.12.2020 - 09:53:15

O Natal foi o dia do nascimento mais esperado da história da humanidade. Aparentemente, apenas mais um menino nasce, como os tantos que nascem todos os dias. Não nasce na casa de sua mãe, muito menos em berço esplêndido. Compartilha da sorte dos pobres e miseráveis, sem teto e sem lar. Contudo, este menino é o Filho de Deus, consubstancial ao Pai. Depois de longa espera, após ser anunciado pelos profetas, fez-se homem por obra do Espírito Santo no seio de uma virgem chamada Maria: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14).
O apóstolo João, na sua primeira carta, nos recorda que “Foi assim que o amor de Deus se manifestou entre nós: Deus enviou o seu Filho único ao mundo, para que tenhamos a vida por meio dele” (1Jo 4,9-10). Os caminhos de Deus são muito diferentes dos nossos, pois no frágil e tenro menino, que chora entre os braços de Maria, manifestou-se a graça de Deus, fonte de salvação para todos os homens. É mais uma prova de que Deus nos ama sempre por primeiro.
A certeza do amor de Deus, manifestado e experimentado no Menino, cria vínculos de eternidade em nós. Deus veio até nós para que possamos ir ao encontro dele e com ele conviver eternamente. O amor divino por nós é gratuito, não é interesseiro, nada impõe, nada exige. Apenas ama gratuitamente. De nossa parte, é no acolhimento de tão grande dom que correspondemos ao mistério amoroso de um Deus que deixa a glória divina da Trindade para fazer-se um de nós e elevar a nossa humanidade.
O Natal é acontecimento de luz, é a festa da luz, pois no Menino de Belém, a luz primordial volta a resplandecer no céu da humanidade e dissipa as nuvens do pecado. O fulgor do triunfo definitivo de Deus aparece no horizonte da história para propor aos homens um novo futuro de esperança.
Celebrar o Natal do Senhor desperta em nós os sentimentos mais diversos, que vão desde a gratidão ao Senhor até o compromisso com o cuidado pela vida. Somos renovados em nossas mais profundas esperanças, pois não estamos mais sozinhos. Garante-se o triunfo do amor sobre o ódio, da vida sobre a morte. O Natal nos inspira a viver no amor porque nos faz sentir o quanto Deus nos ama.
Passam-se os séculos e os milênios, mas a mensagem do Natal permanece válida. É sinal de esperança para a inteira família humana; sinal de paz para os que sofrem por causa de todo gênero de conflito; sinal de libertação para os pobres e oprimidos; sinal de misericórdia para quem se encerra no círculo vicioso do pecado; sinal de amor e de consolação para quem se sente só e abandonado.
Volvemos o nosso olhar a Maria, a mãe de Jesus, e suplicamos sua intercessão junto ao Senhor Deus para que contemplemos o Menino com o olhar da fé e que o adoremos com o nosso coração. Assim descobriremos sua identidade e o sentido verdadeiro de nossa existência. Aprenderemos a “viver neste mundo com toda sobriedade, justiça e piedade” (Tit 2,12). Unidos ao júbilo dos pastores, apressamo-nos em correr ao encontro do Menino que mudou o curso da história.
Além da necessária gratidão ao Deus da vida, pedimos a grande graça de reconhecer no Menino o rosto humano de Deus e viver de tal modo que o Menino possa permanecer em nós pelo amor que soubermos dar aos nossos irmãos. Lembramo-nos de São João Paulo II e rezamos a sua oração de Natal: “Senhor Jesus, nós nos aproximamos, com os pastores, do vosso presépio para vos contemplar envolto em panos e reclinado na manjedoura. Ó, Menino de Belém, vos adoramos em silêncio com Maria, vossa Mãe sempre Virgem. A vós glória e louvor nos séculos, divino Salvador do mundo! Amém.”
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Fonte Dom Francisco Carlos Bach
Fotógrafo Divulgação