Palavra do bispo: Fazer da nossa vida, uma vida doada como a de Jesus
Artigo de Dom Francisco Carlos Bach para o mês de dezembro de 2022
12.12.2022 - 13:57:48
O XVIII Congresso Eucarístico Nacional aconteceu em Recife, PE no último mês de novembro, entre os dias 12 e 15, tendo como tema “Pão em todas as mesas” e como lema: “Repartiam o pão com alegria e não havia necessitados entre eles” (cf. At 2,46). No texto básico encontrei uma reflexão muito interessante sobre as palavras de Jesus na última ceia, que partilho, a seguir.
“Em todas as fórmulas da Oração Eucarística, um elemento fundamental da celebração é quando o celebrante repete as palavras que a tradição antiga nos passou como sendo do próprio Jesus: “Isto é o corpo entregue por vós... Esse é o cálice do meu sangue...”. Para as primeiras comunidades cristãs e para Jesus, fala-se do corpo para dizer a pessoa inteira; “Isso é o meu corpo” significa “Sou eu inteiro. É minha vida”. Na ceia pascal judaica, o pão era símbolo da dor e do sofrimento pelos quais o povo de Israel passou (cf. Dt 16,3). Na sua ceia, Jesus diz que se identifica com esse pão. Ele dá a seus amigos não somente um pão para comer, mas a sua própria pessoa…
O vinho simboliza a renovação da aliança com Deus. O vinho parece o sangue da videira, o fruto de sua generosidade. Ao declarar que aquele vinho é o vinho da Nova Aliança em seu sangue, Jesus está aludindo ao fato de que iria morrer “para reconduzir à unidade os filhos de Deus dispersos” (Jo 11,52), mas também que, na partilha do vinho, estava dando o seu sangue a nós, aquilo que é o mais íntimo de si. Para as comunidades de cultura judaica, o pão representa o corpo no sentido da pessoa inteira, podemos dizer, a sua exterioridade. O vinho representa o mais íntimo, o núcleo da vida, a interioridade mais profunda do ser. Na sua ceia, Jesus nos dá todo o seu ser. Confia a nós a sua pessoa e a intimidade do seu mistério.
Mesmo se nós nunca viermos a saber as palavras exatas que Jesus teria dito na ceia, podemos ter a certeza de que os seus discípulos retiveram e transmitiram às gerações seguintes o que lhes pareceu essencial: a doação total de Jesus. É ao fazer memória disso que recebemos uma nova presença de Jesus. Essa presença é para fazer da nossa vida uma vida doada como a de Jesus. E quem possibilita esta presença de Cristo na Eucaristia em todas as épocas é o influxo generoso do Espírito Santo, que ultrapassa os limites da história. O Cristo ressuscitado subverte nossas vidas e continua a transformar o mundo” (páginas 71 e 72 do texto básico).
Em mês natalino, isto é, que comemoramos o nascimento de Jesus Cristo, o mistério sublime da encarnação une-se ao mistério eucarístico. Na sua Carta Apostólica Admirabile Signum (Admirável Sinal), de dezembro de 2019, sobre o significado e o valor do presépio, o Papa Francisco afirma que “se nos apresenta Deus, num menino, para fazer-se acolher nos nossos braços. Naquela fraqueza e fragilidade, esconde o seu poder que tudo cria e transforma. Parece impossível, mas é assim: em Jesus, Deus foi criança e, nesta condição, quis revelar a grandeza do seu amor, que se manifesta num sorriso e nas suas mãos estendidas para quem quer que seja.”
Concluindo, no mistério da encarnação Jesus assume a nossa humanidade e no mistério da Eucaristia alimenta-nos com o seu próprio ser, presente em corpo, sangue, alma e divindade na Eucaristia. O Senhor seja louvado por tão grande amor por nós!
Quer receber notícias da Diocese de Joinville pelo WhatsApp?
Clique aqui e se inscreva na nossa lista de transmissão.
Clique aqui e se inscreva na nossa lista de transmissão.
Fonte Dom Francisco Carlos Bach